O “paciente de Genebra” acrescenta seu nome à lista de pessoas já em remissão. 20 meses após o transplante, o vírus não reapareceu.
Já eram 5, mas agora um sexto nome é oficialmente adicionado à lista. O “paciente de Genebra” vivia com HIV desde o início dos anos 90. Mas desde novembro de 2021 seus médicos interromperam seu tratamento antirretroviral. Por um bom motivo, ele havia entrado em uma fase de remissão. Mais de 20 meses atrás, este paciente anônimo recebeu um transplante de medula óssea.
Este último permitiria alterar profundamente seu sistema imunológico e, ao mesmo tempo, combater seu câncer no sangue. Em todos os casos de remissão relatados até o momento, todos usaram esse método. Mas o paciente de Genebra recebeu uma doação de medula óssea que não continha a modificação genética CCR5.
Essa mutação é conhecida pelos cientistas como uma defesa natural contra o HIV. Impede que o vírus entre nas células para se reproduzir. Os médicos acreditam que essa mutação pode ter surgido na Europa na Idade Média durante grandes epidemias de peste. Esse gene oferece uma vantagem considerável no combate a essas doenças, dando aos portadores mais chances de sobrevivência.
O transplante de medula óssea com essa mutação ficou, portanto, conhecido como uma solução para interromper a progressão do HIV e até permitiu que vários pacientes (os mais conhecidos são os de Berlim e Londres) entrassem em remissão. No entanto, um simples transplante de medula óssea nunca permitiu a recuperação do HIV sem essa mutação. O paciente de Genebra é o primeiro caso no mundo nessa situação.
Um tratamento para todos?
O HIV é agora uma doença que afeta quase 40 milhões em todo o mundo. Descoberto no final dos anos 1980, o vírus ainda está causando estragos. Em 2022, quase 600.000 pessoas morrerão de HIV. A esperança de um tratamento é, portanto, um verdadeiro renascimento para os milhões de pessoas envolvidas, mas os médicos estão certos de que nem todos poderão se beneficiar dele.
Por uma boa razão, a operação de transplante de medula óssea é uma cirurgia muito pesada, extremamente complexa de configurar e que só é adequada para certos tipos de pacientes. Além disso, esta solução conseguiu até agora tratar “apenas” seis pessoas, em condições muito específicas.
Além do HIV, todos os pacientes agora em remissão sofriam de câncer no sangue. É contra isso que veio a doação de medula óssea, e não diretamente contra o vírus da AIDS. A esperança de um tratamento, e até de uma vacina, é portanto muito grande, mas o mundo científico e médico sabe que ainda há um longo caminho a percorrer.
As descobertas dos últimos anos deram muita esperança, mas ainda será preciso paciência até que essa doença desapareça. Enquanto espera por uma solução ideal, é sempre bom lembrar de alguns gestos simples que podem fazer uma grande diferença. O HIV (o vírus responsável pela doença AIDS) é transmitido por IST (infecção sexualmente transmissível).
A melhor maneira de evitá-lo ainda é se proteger usando preservativos. Também é aconselhável realizar uma triagem, especialmente quando a contracepção deseja ser interrompida.