Hoje, interagimos com máquinas com mouses, teclados, telas sensíveis ao toque ou mesmo com movimentos das mãos. Amanhã, essas interfaces poderão ser substituídas por… o cérebro! Uma equipe australiana desenvolveu um sistema que permite controlar uma máquina simplesmente pensando em suas ações.
As interfaces homem-máquina (quase) não são mais ficção científica. Obviamente, o que vem imediatamente à mente é a tecnologia desenvolvida pela Neuralink, uma das empresas de Elon Musk. Mas há também a Synchron, uma empresa financiada por Bill Gates e Jeff Bezos que começou a testar o controle de um computador pelo pensamento. A Universidade de Tecnologia de Sydney, na Austrália, apresentou uma nova tecnologia muito promissora nesse campo.
Pensamentos para controlar a máquina
Pesquisadores desenvolveram um biossensor que permite a um humano controlar uma máquina pelo pensamento. Este sensor usa uma combinação de grafeno e silício, tornando-o condutor, durável e resistente à corrosão. É colocado no couro cabeludo.

O dispositivo, baseado no HoloLens da Microsoft, integra esses decodificadores de ondas cerebrais combinados com sensores. Para gerar as ondas necessárias, o usuário deve se concentrar em um padrão exibido no fone de ouvido. Em seguida, um algoritmo “limpa” o ruído coletado, e a inteligência artificial é responsável por interpretar os comandos vindos do cérebro. Ao controlar uma máquina (aqui, um robô quadrúpede), o usuário pode usar as duas mãos para fazer qualquer outra coisa.
A tecnologia desenvolvida pela equipe da universidade possibilita o lançamento de nove comandos em dois segundos, mais do que nos atuais sistemas de controle homem-máquina. No futuro, o grupo de cientistas imagina que será possível manipular os computadores do dia-a-dia (smartphones, tablets, PCs, etc.) a partir de sensores que medem ondas cerebrais. Esta interface foi projetada com a ajuda de especialistas em defesa australianos e destina-se a ser usada em todos os lugares, em todos os momentos, inclusive quando o tempo estiver muito ruim.
Em testes com o Exército Australiano, a equipe usou um conjunto de sensores de oito canais, o que lhes permitiu controlar o quadrúpede com 94% de precisão! No entanto, os pesquisadores devem continuar seu trabalho para limitar a interferência na densidade do cabelo e encontrar a melhor área possível para colocar os sensores para obter um sinal estável.
Além do que o exército pode extrair dele, as aplicações são numerosas em todos os setores, seja na indústria, na medicina ou na acessibilidade. Podemos, por exemplo, pensar em pilotar uma cadeira de rodas, controlar uma máquina em condições estressantes ou perigosas ou simplesmente usar um computador enquanto liberamos as mãos.