A frase O Bom, o Mau e o Feio passou a significar mais do que sua origem, no lendário Spaghetti Western de Sergio Leone, onde se referia aos três personagens principais. O Bom é o Loiro (Clint Eastwood), a figura moralmente mais honrada, o Mau é Olhos de Anjo (Lee Van Cleef), o vilão desprezível, e o Feio é Tuco (Eli Wallach), o mais moralmente complexo dos 3. Ele existe em no meio do espectro (o título original traduzido do italiano era na verdade “O Bom, o Feio e o Mau”), o mais “normal” dos 3, embora faça algumas coisas terríveis. Qual a sua interpretação do título? No lançamento original em italiano, o título do filme era Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo, ou seja, O Bom, O Feio, O Mau. Colocar “bom” e “ruim” em extremos opostos faz sentido, é claro. Mas colocar “feio” no meio sugere que se trata de uma espécie de continuum moral, com uma dimensão estética: dividir a diferença entre os dois extremos “puros” deixa-nos com uma terceira opção confusa e imperfeita. Entre o elenco, Eli Wallach como Tuco é “O Feio”; ele também é o personagem mais fácil de se identificar – só porque ele não é nem isso nem aquilo – e aquele sobre o qual mais aprendemos como ser humano.
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