Quando a idade de Nick Fury se tornou um problema, a Marvel criou o retcon perfeito para explicá-lo. Apenas um problema: Stan Lee ODIOU a história!
Nick Fury pode ser o espião do Universo Marvelmas co-criador Stan Lee odiava uma história o suficiente para proclamar que nunca seria reimpressa. A história chegou em Destaque da Marvel #31, que esclareceu de uma vez por todas a questão da aparente ausência de idade de Nick Fury.
O personagem estreou em 1963, aparecendo regularmente no livro de guerra Sargento Fury e seus comandos uivantes. Criado por Stan Lee e Jack Kirby, Nick Fury foi rapidamente incorporado ao cenário atual da década de 1960 depois de fazer uma aparição em Os quatro fantásticos, onde foi revelado estar trabalhando para a CIA. Pouco tempo depois, Nick Fury dos anos 60 ganhou seu próprio longa na antologia Contos Estranhos, onde foi recrutado para a organização clandestina de espionagem SHIELD. Nick Fury tornou-se um elemento do florescente Universo Marvel, eventualmente assumindo o cargo de líder da SHIELD e tornando-se o melhor espião da Marvel. Mas com o passar dos anos e a Marvel Comics continuar a crescer, o problema da idade de Nick Fury logo se tornou um grande problema de continuidade. Os criadores conseguiram se safar na década de 1960, mas logo perceberam que teriam que fornecer uma explicação de por que o veterano da Segunda Guerra Mundial aparentemente não envelheceu.
Essa explicação veio em 1976, com a publicação de Destaque da Marvel # 31, com a “Assignment: The Infinity Formula” liderada por Nick Fury. Escrita por Jim Starlin e belamente ilustrada por Howard Chaykin, a história mostra o gênio do crime Steel Harris matando um Dr. Berthold Sternberg, o inventor de um soro chamado Fórmula do Infinito. Fury entrou em contato com Sternberg durante a Segunda Guerra Mundial depois de ser ferido por uma mina terrestre. Sternberg salvou sua vida injetando Nick Fury com a Fórmula do Infinito, mas o soro tem um efeito colateral: a menos que ele tome uma injeção todos os anos, Fury envelhecerá rapidamente. Fury tem que se esforçar para rastrear Steel Harris para que ele possa receber sua injeção anual da Fórmula Infinita e, assim, evitar sucumbir aos efeitos do envelhecimento rápido.
Parecia que a Marvel finalmente encontrou uma maneira de explicar o lento processo de envelhecimento de Fury, mas nem todos ficaram felizes com os resultados. De acordo com o escritor Jim Starlin, Stan Lee odiou a história, principalmente porque mostrava que Nick Fury era mais moralmente ambíguo do que ele achava que o personagem deveria ser. “Eu tinha Fury desviando fundos para que ele pudesse obter essa fórmula que prolongaria sua vida”, Starlin é citado como tendo dito em Marvel Comics: A História Não Contada por Sean Howe. “Stan ficou tão chateado com isso que disse que nunca seria usado na continuidade da Marvel, ou reimpresso.” É interessante que Lee se oponha a esse retrato de Fury, já que essa ambiguidade moral com o tempo se tornaria o traço definidor do personagem. Como o espião supremo, Nick Fury vive na área cinzenta entre o certo e o errado, frequentemente usando engano e manipulação para atingir seus objetivos.
Apesar do ultimato de Lee, a história se tornaria uma continuidade oficial, eventualmente se tornando o de fato explicação para a ausência de idade de Fury nas próximas décadas na Marvel Comics. Pois mesmo sendo co-criador Stan Lee pode se opor à sua caracterização “não heróica”, Maravilhao derradeiro superespião Nick Fury funciona melhor quando se opera no mundo moralmente cinzento da espionagem.
Fonte: Marvel Comics: A História Não Contada por Sean Howe