Um novo aplicativo macOS chamado Retroceder visa reimaginar o mecanismo de busca criando um aplicativo de software que pode pesquisar qualquer coisa que seus usuários tenham visto, dito ou ouvido. A pesquisa tem sido uma parte fundamental do macOS desde o início do software Mac. Sherlock, em homenagem ao famoso detetive fictício Sherlock Homes, era um aplicativo para Mac lançado a partir do macOS 8. Ele desempenhava uma função semelhante à do Finder nas versões mais recentes do macOS. O primeiro mecanismo de pesquisa que combinou resultados no dispositivo com resultados da Internet foi o Watson, um aplicativo de terceiros que se baseou na funcionalidade do próprio Sherlock da Apple. Como tal, os aplicativos de mecanismos de pesquisa de terceiros fazem parte do macOS há algum tempo.
No entanto, a Apple tende a incorporar funcionalidades de aplicativos de terceiros em seus próprios aplicativos e sistemas operacionais, e o Watson não foi exceção. Logo depois que o Watson estreou e cresceu em popularidade, a Apple adicionou a Internet e expandiu a funcionalidade de pesquisa ao seu programa Sherlock. Esse software, que praticamente eliminou o sucesso do Watson como um aplicativo de terceiros, acabaria se tornando a pesquisa Spotlight – agora uma parte vital do macOS. O Spotlight foi até assimilado em outros sistemas operacionais da Apple, como iOS e iPadOS. Agora, um novo aplicativo de terceiros, o Rewind, visa interromper o mecanismo de pesquisa moderno, adicionando funcionalidades nunca antes possíveis em um Mac.
A ideia por trás do Rewind é tornar a vida melhor usando a tecnologia para superar as falhas da memória humana, de acordo com o cofundador e CEO Dan Siroker. “Nossa visão é dar aos humanos uma memória perfeita,” Siroker disse em um Comunicado de imprensa. “Estamos construindo um mecanismo de busca para sua vida.” Embora a perspectiva possa parecer impossível, é muito real e recebeu apoio até agora. O aplicativo Rewind está agora em um programa de acesso antecipado e garantiu mais de US$ 15 milhões em investimentos, o último dos quais avaliou a empresa em US$ 75 milhões. Mas como realmente é um mecanismo de busca para a vida de um usuário?
Como funciona o aplicativo Rewind
O Rewind adota uma abordagem dupla para gravar coisas que foram vistas, ditas ou ouvidas por um usuário – e seu Mac. Primeiro, o aplicativo usa reconhecimento automatizado de fala (ASR) para registrar o que é dito e ouvido no ambiente de um usuário e converter a fala em texto. Um prompt aparecerá quando uma reunião virtual for iniciada, permitindo que um usuário inicie a gravação com um único toque. Após o término da reunião, os usuários podem pesquisar qualquer palavra ou frase falada por meio do Rewind. As gravações são sempre armazenadas localmente, portanto, o áudio do usuário não é mantido em servidores de armazenamento em nuvem. Além disso, a otimização possibilitada pelo Apple Silicon permite que as gravações sejam armazenadas com tamanhos de arquivo pequenos sem sofrer muito impacto no desempenho.
A outra abordagem que o Rewind usa para armazenar coisas que os usuários viram, disseram ou ouviram é capturar dados que são mostrados na tela. Ele usa APIs nativas do macOS para capturar dados, bem como reconhecimento óptico de caracteres (OCR) para armazenar automaticamente as informações exibidas no Mac de um usuário. Por meio desse método, não há necessidade de vincular manualmente o armazenamento em nuvem ou as contas do espaço de trabalho. Qualquer coisa exibida na tela pode ser capturada, com opções de personalização disponíveis para restringir ou eliminar a captura de determinados aplicativos. Todas essas informações, como as gravações, podem ser pesquisadas. Resta saber se Retroceder vai pegar, mas é um bom exemplo de como a tecnologia moderna e o Apple Silicon podem tornar a vida mais fácil.
Fonte: Retroceder