SpaceX assinou um acordo com a startup de aviação JSX, sediada no Texas, para oferecer Wi-Fi a bordo em seus veículos aéreos por meio de satélites Starlink. Em 2021, o vice-presidente da SpaceX, Jonathan Hofeller, confirmou que a empresa já estava conversando com várias companhias aéreas para fechar um acordo que forneceria Wi-Fi a bordo usando a conectividade de Internet via satélite Starlink. A essa altura, a empresa já havia realizado demonstrações para clientes em potencial. Musk também twittou em junho de 2021 que a empresa estava se concentrando nos aviões Boeing 737 e Airbus A320, enquanto o desenvolvimento também estava em andamento para a linha Gulfstream de jatos executivos.
Empresas como OneWeb e o Projeto Kuiper da Amazon também estão na corrida para dominar a corrida da internet via satélite, mas a SpaceX parece ter a vantagem, tanto em termos de infraestrutura existente quanto de bolsos profundos o suficiente para sobrecarregar seus esforços. No entanto, nenhuma das empresas mencionadas é realmente uma rival da Starlink quando se trata de internet focada em aviação, que atualmente é uma batalha de mão dupla entre a Viasat (atendimento JetBlue, Delta e Virgin Atlantic) e a Gogo, de propriedade da Intelsat (parceira da America Airlines, Alaska Airlines e United Airlines). Mas a SpaceX e a Starlink já têm uma vantagem importante na manga. Além de operar a constelação mais densa de satélites de transmissão de internet, a SpaceX também comanda a frota de veículos mais capaz, pronta para injetar mais satélites na órbita terrestre inferior.
Dando o primeiro passo a caminho de suas ambições de serviço Wi-Fi a bordo, a Starlink assinou um contrato com a JSX para transmitir internet em sua frota de aeronaves através da rede de satélite Starlink no final de 2022, relata Bloomberg. Na semana passada, a Delta também confirmou que realizou “testes exploratórios” da internet Starlink em seus aviões, de acordo com um relatório da Jornal de Wall Street. Com o acordo JSX, a Starlink finalmente tem o trampolim sobre o qual pode planejar sua expansão e interromper o segmento. Uma das maiores vantagens que a Starlink traz para a mesa é o fato de seus satélites estarem posicionados em uma órbita mais baixa, o que significa que eles estão mais próximos de seu alvo de transmissão de internet e podem oferecer maior largura de banda com maior velocidade de internet. Outro benefício é que a Starlink já comanda uma constelação de mais de 2.000 satélites funcionais em órbita, com planos de lançar pelo menos 4.200 satélites a longo prazo para se tornar o maior provedor mundial de serviços de internet via satélite.
Uma rede mais densa de satélites de transmissão de Internet significa que a frequência de interrupções na rede será muito menor, proporcionando uma experiência Wi-Fi estável em voo em todo o mundo. E para garantir que toda a infraestrutura ofereça a melhor experiência, a Starlink já está testando antenas personalizadas para veículos aéreos. De acordo com um relatório da CNBCa Starlink está atualmente buscando certificação para seus terminais Starlink específicos para aviação, que serão mais leves e menores, e também trabalharão com uma gama diversificada de aeronaves.
Por JD Power Estudo de satisfação de companhias aéreas da América do Norte de 2019, o Wi-Fi a bordo é o ponto mais baixo da experiência de viagem aérea para os passageiros. Raramente ultrapassa a marca de 50 Mbps e, mesmo em testes para tecnologia de última geração, provedores de serviços como a Gogo não conseguiram ultrapassar a margem de 120 Mbps. Elon Musk, por outro lado, reivindicou velocidades de internet de meio gigabit em voos comerciais, o que é um salto bastante ambicioso. Se a Starlink pode realmente cumprir essa promessa montando em cima de da SpaceX impressionantes capacidades de injeção de satélite, seria mais uma pena na tampa de Musk e, mais importante, um grande salto para a internet a bordo.
Origens: Bloomberg, Jornal de Wall Street, CNBC, JD Power