Thanos, o vilão de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores Ultimato, acabou com uma motivação muito mais fraca do que sua contraparte nos quadrinhos, apesar de uma configuração perfeita. Os críticos apontaram amplamente como Thanos Guerra Infinita motivação não faz sentido, com seus objetivos pseudo-“humanitários”. Com um pouco de escrutínio, é fácil ver como matar aleatoriamente metade de toda a vida no universo fará pouco para ajudar a outra metade. Nas histórias em quadrinhos, no entanto, as ações repreensíveis de Thanos são porque ele está literalmente obcecado com a Morte.
Nos quadrinhos da Marvel, a Morte é personificada como um personagem. Lady Death é uma entidade cósmica que, embora não tenha forma física, pode se manifestar de uma maneira que pode interagir com o mundo físico e até falar com as pessoas. A versão em quadrinhos de Thanos está loucamente apaixonada por Lady Death, e suas ações assassinas são uma tentativa de chamar sua atenção. Com cada ato seu, ela ainda lhe nega atenção e carinho, empurrando-o para realizar atrocidades cada vez maiores.
O MCU tinha o cenário perfeito para isso, na forma de Hela, a Deusa da Morte, apresentada em Thor: Ragnarok. Ela faz sua estréia no filme que, cronologicamente falando, imediatamente precede Thanos chegando para causar estragos nos Asgardianos. Teria sido uma configuração perfeita para apresentá-la antes de revelar como os planos de Thanos poderiam ter girado em torno dela. Isso evitaria a tentativa desajeitada de dar uma história simpática ao objetivo de Thanos de matar metade do universo, mas dar a ele um interesse romântico também o humanizaria um pouco. Thanos já é, sem dúvida, o personagem principal de Guerra Infinita. Um interesse romântico distorcido e vilão certamente não se sentiria fora de lugar.
Hela é bem diferente, e distintamente mais falante, do que Lady Death nos quadrinhos, mas sua personagem cinematográfica já difere de suas origens cômicas. A caracterização de Hela no MCU é bastante baseada na personagem Angela, que aparece nos quadrinhos como a irmã de Thor e Loki e a ex-portadora do martelo de Thor, Mjolnir. Nos quadrinhos da Marvel, por outro lado, Hela é sobrinha de Thor e filha de Loki – ou alguma versão de Loki, em todo caso. Com o MCU já fazendo mudanças no material de origem, não seria um passo muito grande deixar a Deusa da Morte assumir um aspecto do personagem de Lady Death também. Além do mais, enquanto Hela aparentemente encontrou sua morte no final de Thor: Ragnaroknão faltam teorias de fãs sobre como ela pode ter sobrevivido ao ataque de Surtur a Asgard.
Havia boas razões para acreditar que esse era o caminho que a história da Infinity Saga do MCU poderia seguir. A introdução original de Thanos no MCU, em uma cena de meio-créditos de Os Vingadoreso viu sendo informado sobre humanos, com a linha, “desafiá-los é cortejar a morte”. A resposta de Thanos a isso foi dar um sorriso tortuoso, adequado para quem deseja literalmente cortejar a Morte. Além disso, o reaparecimento de Hela teria tornado a história de Thor duplamente convincente, depois de ver tantas pessoas mortas em nome de uma irmã que ele achava derrotada.
Com muita mídia recente, há uma tendência de tentar encontrar uma maneira de tornar o principal vilão relacionável ou dar a eles uma motivação simpática. Embora isso possa funcionar bem, pode facilmente piorar uma história, especialmente se sua motivação puder ser facilmente vista como sem sentido. Em uma história como Vingadores: Guerra Infinitao assassino Thanos pode ter sido um personagem muito mais forte como uma personificação do puro mal, mais parecido com a versão de Thanos que aparece na batalha final de Vingadores Ultimato. Às vezes, é melhor deixar os vilões serem vilões.