- “The Fighter” é um drama poderoso que explora as complexidades da família, do vício e da busca de sonhos no mundo do boxe profissional.
- O filme é baseado na história da vida real de Dicky Eklund e Micky Ward, meio-irmãos boxeadores de Lowell, Massachusetts, que enfrentaram jornadas contrastantes em suas carreiras.
- O início da carreira de Dicky Eklund mostrou sua agilidade e habilidade tática, enquanto a resiliência e o trabalho duro de Micky Ward levaram à sua ascensão no mundo do boxe.
Lançado em 2010, O lutador não é apenas mais um filme de boxe; é um drama poderoso que mergulha na história da vida real de Dicky Eklund e Micky Ward, retratando as complexidades da família, do vício e da busca incansável por um sonho. Conta a história convincente de dois irmãos que navegam nas águas traiçoeiras do boxe profissional enquanto lutam contra demônios pessoais e conflitos familiares. O lutador se destaca por seu realismo corajoso, performances intensas e uma história que ressoa além do ringue. É uma história de redenção, resiliência e o vínculo inabalável da fraternidade, tudo tendo como pano de fundo o mundo turbulento do boxe.
No entanto, o verdadeiro coração de O lutador está em seu fundamento na realidade. O filme é baseado na vida dos meio-irmãos Dicky Eklund e Micky Ward, dois boxeadores da vida real de Lowell, Massachusetts. A história deles é cheia de contrastes – Dicky é o irmão mais velho, que já foi um lutador promissor cuja carreira foi prejudicada pelas drogas e pelo crime, e Micky, o mais novo, emergiu da sombra de seu irmão para trilhar seu próprio caminho no mundo do boxe. Esta justaposição de duas vidas, entrelaçadas, mas distintamente diferentes, constitui o cerne da narrativa, oferecendo uma visão crua, não filtrada e chocantemente precisa de sua jornada na vida real dentro e fora do ringue.
O início da carreira de Dicky Eklund no boxe
A verdadeira história de Dicky Eklund (Christian Bale) começa em Lowell, Massachusetts, onde ele cresceu em uma família profundamente ligada ao mundo do boxe. Conhecido por seus pés rápidos e reflexos aguçados, o início da carreira de Eklund foi marcado por uma série de vitórias que o colocaram no mapa como um lutador promissor dos meio-médios. O estilo de luta de Eklund era uma mistura de agilidade e habilidade tática, tornando-o um adversário difícil no ringue. Conhecido como “O Orgulho de Lowell”, Eklund conquistou o título meio-médio dos EUA e da Nova Inglaterra duas vezes entre 1979 e 1983. Sua carreira profissional, que durou de 1975 a 1985, seguiu um impressionante recorde amador, onde venceu 194 de 200 lutas.
A estreia profissional de Eklund foi uma derrota, mas ele rapidamente se recuperou, vencendo 10 lutas consecutivas contra adversários como Doug Romano, Terry Rondeau, Carlos Garcia, Randy Milton e Mike Michaud. A carreira de Eklund incluiu uma vitória por nocaute no primeiro round sobre CJ Faison e uma vitória sobre Allan Clarke em nove rounds. O recorde profissional de Eklund culminou em 19 vitórias, incluindo quatro nocautes e 10 derrotas. No entanto, a jornada de Eklund não se limitou às vitórias; também foi definido pelas lutas e desafios que enfrentou fora do ringue. Os primeiros anos de Eklund prepararam o cenário para o que se tornaria uma vida de altos e baixos, dentro e fora da arena do boxe.
Dicky Eklund vs. Açúcar Ray Leonard
Um dos momentos mais importantes na carreira de Dicky Eklund no boxe foi sua luta em 18 de julho de 1978 contra Sugar Ray Leonard, uma estrela em ascensão no mundo do boxe. Essa luta foi mais do que apenas uma luta; foi a chance de Eklund provar seu valor no cenário nacional. Eklund entrou no ringue como um azarão, mas mostrou sua habilidade e resiliência, com Leonard até sendo derrubado – um momento que Eklund mais tarde se referiria como o ponto alto de sua carreira. Em última análise, embora Eklund foi derrubado duas vezes e perdeu por decisão unânimea partida ficou famosa por um momento em que Leonard tropeçou e caiu, o que Eklund afirmou ser um knockdown.
Esta afirmação foi posteriormente contestada, com Leonard e o árbitro afirmando que foi um deslize. A luta, porém, não foi apenas pelos momentos no ringue. Foi também um ponto de viragem para Eklund, e sua carreira começou a declinar depois disso. A luta contra Leonard simbolizou o auge da jornada de Eklund no boxe, após o qual sua vida tomou um rumo diferente. Sua batalha contra o vício começou a ofuscar sua carreira, levando a um desaparecimento gradual dos holofotes do boxe.
A ascensão de Micky Ward no boxe
Crescendo à sombra de seu irmão mais velho, Dicky, Ward conhecia bem a dura realidade da vida em Lowell. Seu início de carreira foi uma mistura desafiadora de vitórias e derrotas, enquanto ele lutava para se firmar no mundo do boxe profissional. No entanto, a resiliência e o trabalho árduo de Ward acabaram valendo a pena. Ele desenvolveu uma reputação de lutador duro e implacável, tornando-se conhecido como “irlandês” Micky Ward. Ele se profissionalizou em 1985 e rapidamente deixou sua marca ao vencer suas primeiras quatorze lutas. Apesar de um período de contratempos no início dos anos 90, incluindo quatro derrotas consecutivas, Ward voltou com vigor renovado após um hiato e uma cirurgia na mão.
Seu retorno foi impressionante, vencendo nove lutas consecutivas e conquistando o título Intercontinental Light Welterweight da WBU em 2000. O estilo de Ward, especialmente seu devastador gancho de esquerda no corpo, tornou-se lendário. Ele ganhou uma chance pelo IBF Light Welterweight Championship em 1997, mas não teve sucesso. Em 2000, a perseverança de Ward valeu a pena quando ele ganhou o título WBU Light Welterweight ao derrotar Shea Neary. Essa vitória fez parte de uma série de lutas que reforçaram sua reputação, incluindo uma vitória por decisão em 10 assaltos sobre Emanuel Augustus, votado O anel Luta do Ano de 2001 da revista.
Ward é mais conhecido por sua trilogia de lutas com Arturo Gatti, iniciada em 2002. A primeira luta, uma vitória por decisão majoritária para Ward, foi uma batalha intensa que rendeu o prêmio de 2002. Anel revista Luta do Ano. A revanche viu Gatti vitorioso e, no terceiro confronto, Gatti voltou a vencer por decisão unânime. Essas lutas não foram apenas demonstrações de destreza física, mas também de incrível tenacidade e coração, com ambos os lutadores precisando de cuidados hospitalares depois (via O Globo e o Correio). Esta trilogia, principalmente a primeira luta, é considerada uma das maiores da história do boxe e rendeu a Ward imenso respeito e reconhecimento na comunidade do boxe.
Enquanto O lutador é extremamente preciso ao recontar eventos reais em comparação com outras cinebiografias, as estatísticas de boxe de Ward são o único elemento em que o filme toma grandes liberdades criativas. No filme, o recorde da carreira de Ward é de 30-7, com 20 KOs, quando luta contra Shea Neary. Porém, na vida real, seu recorde foi de 34-9 com 25 KOs. O filme também mostra Ward perdendo severamente para Mike Mungin quando, na realidade, a luta durou 10 rounds e Mungin venceu por uma margem mínima. Além disso, indo para a luta Mungin em O lutadorWard estava em uma seqüência de derrotas, mas na vida real, Ward estava em uma seqüência de quatro vitórias consecutivas.
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Explicação do vício em drogas de Dicky Eklund
O vício é um tema recorrente na história de Dicky Eklund e Micky Ward. A batalha de Eklund contra o vício em drogas teve um impacto profundo em sua vida e na de seu irmão. Foi uma luta que trouxe à luz a dura realidade do vício, especialmente no mundo dos esportes. Para retratar Dicky com precisão nesta condição, Bale caiu para 145 libras por O lutador. A queda de Eklund no abuso de drogas não apenas atrapalhou sua carreira no boxe, mas também prejudicou seu relacionamento com sua família, incluindo Ward. A vida de Dicky Eklund e a luta contra o vício foram documentado no documentário da HBO de 1995 High on Crack Street: vidas perdidas em Lowell.
High on Crack Street: vidas perdidas em Lowell está disponível para assistir no Prime Video.
O documentário acompanha Eklund, entre outros, ao longo de 18 meses enquanto eles lutam contra o vício em crack em Lowell, Massachusetts. Ele retrata os esforços de Eklund para retornar ao boxe e suas batalhas contra o vício, levando à sua prisão por acusações criminais. O lutador apresenta uma versão ficcional deste documentário, intitulada Rachadura na América. No filme, Dicky acha que a HBO está documentando seu “retorno”, apenas para ficar horrorizado ao descobrir que o documentário é sobre como seu vício em crack arruinou sua vida.
A época de Dicky como treinador de Micky
A relação entre Dicky Eklund e Micky Ward é um vínculo complexo caracterizado por amor, rivalidade e dependência mútua. Eklund, apesar de suas lutas pessoais, desempenhou um papel crucial na carreira de Ward no boxe. Ele serviu como treinador de Ward, transmitindo seu conhecimento e experiência a seu irmão mais novo. Esta relação, no entanto, não foi isenta de desafios. O vício e o comportamento errático de Eklund muitas vezes criavam tensão e conflito, testando os limites de sua irmandade. No entanto, no meio da turbulência, o vínculo entre Eklund e Ward permaneceu forte. Eles apoiaram-se mutuamente através de dificuldades pessoais e profissionais, mostrando a profundidade de sua conexão.
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O que aconteceu com Dicky Eklund e Micky Ward depois do lutador?
Após os acontecimentos de O lutador, embora tenha mantido seu status de lenda local e treinado jovens boxeadores, Eklund voltou ao uso de drogas e enfrentou prisões subsequentes. Em 2005, ele voltou a usar crack e foi preso em 2006 por posse de crack (via Lowell Sol). Já Micky Ward teve três lutas épicas com Arturo Gatti. O Lowell Sol também relatou que depois de se aposentar do boxe em 2003, Ward voltou a pavimentar ruas e estacionamentos em Lowell. Ele é dono de uma academia, Micky's Corner, treina crianças, administra uma pista de hóquei e dirige caminhões para o Teamsters Union (via Massa ao vivo).
Fontes: O Globo e o Correio, Lowell Sol, Lowell Sol, Massa ao vivo