Resumo
- Um erro explora as consequências de um único erro de maneira sincera e emocional.
Christine Jeffs investiga habilmente a ética e a responsabilidade emocional na área médica.
Elizabeth Banks brilha em um papel desafiador que equilibra vulnerabilidade e desapego.
Os dramas médicos muitas vezes podem ser sensacionalistas e dramáticos com o objetivo de provocar conflitos; Um erro é tudo menos. Habilmente escrito e dirigido por Christine Jeffs, que adaptou o romance homônimo de Carl Shuker, o drama evita tropos médicos fictícios por algo que é muito real e emocional. Um erro é minucioso ao examinar o que acontece quando ocorre um erro médico e as consequências que surgem devido a um momento que deu errado. Ao fazer isso, Jeffs explora a ética, a responsabilidade moral e emocional com um olhar compassivo e matizado.
Uma cirurgia de emergência mostra a cirurgiã especialista Liz Taylor (Elizabeth Banks) instruindo seu registrador, Richard (Richard Crouchley), a cortar um paciente com sepse. Nervoso, ele corta profundamente e cria outra emergência médica que a equipe deve resolver antes de chegar ao cerne do problema. É um momento de fração de segundo, mas muda a vida de Liz e Richard, que precisam enfrentar as consequências, as perguntas dos pais do paciente e as burocracias médicas. Isso tudo enquanto o hospital se prepara para divulgar publicamente o desempenho dos cirurgiões.
Um erro nos faz pensar nas consequências e no que devemos uns aos outros
Um erro passa a maior parte de seu tempo de execução contemplando a responsabilidade que devemos uns aos outros como humanos. Embora o próprio hospital – e Liz, para proteger Richard como seu supervisor – queiram se proteger de responsabilidades, o roteiro de Jeffs investiga a narrativa de um ângulo pessoal. O filme nunca muda da perspectiva de Liz, e ela embarca em uma jornada emocional e instável que a leva a se perguntar o que ela, como cirurgiã, deve a seu paciente, mas também a responsabilidade que ela tem para com sua própria equipe. Sua confiança anteriormente inabalável é testada, e o filme captura poderosamente essa vulnerabilidade.
Mais do que tudo, porém, Um erro é solidário. Liz não é considerada uma vilã insensível e os pais do paciente não são antagônicos em sua busca incansável pela verdade. Enquanto Liz navega pelo sistema médico e pelo desagradável chefe de cirurgia (Simon McBurney), ela descobre que seu desejo de proteger – a si mesma, a Richard, sua decisão – não é tão simples quanto as respostas em preto e branco que estão sendo exigidas de dela. Mesmo uma verdade simples não é fácil, e o filme entende que enfrentá-la é realmente responsabilizar-se, independentemente do que esteja em jogo.
…o filme é firme em retratar emoções à medida que explora sua humanidade.
Um erro deixa claro que, mesmo enfrentando a burocracia médica, perder a humanidade nunca deveria ser uma opção. Se a humanidade estiver perdida, não há esperança para nada. A quem respondemos senão um ao outro? Através de uma série de eventos angustiantes, Jeffs prova ser um cineasta capaz que pode aumentar a intensidade e a tensão tanto quanto pode criar um acúmulo com consequências convincentes. O filme me deixou cambaleando no final, contemplando todas as questões que levantou. As respostas podem não ser fáceis, mas ser solidário e compreensivo não é algo garantido.
Teria sido fácil para Um erro ser frio e calculista; Liz age assim, a princípio, apenas para manter suas emoções à distância. Mas o filme é firme em retratar emoções à medida que explora sua humanidade. É tenso do começo ao fim e seu tom sério é consistente. Isso pode tornar o filme um pouco difícil de passar emocionalmente, até porque ele cai com frequência e nunca desiste. E ainda assim, Um erro é intransigente e emocionante. Meus olhos nunca saíram da tela, tão cativado fiquei por tudo.
Elizabeth Banks é excelente em um papel que não é fácil
A Mistake capitaliza sua capacidade de trazer nuances e profundidade a Liz
Não há dúvida de que Banks é uma atriz competente, e ela provou isso repetidamente em papéis anteriores. Mas sua interpretação de Liz é talvez um de seus papéis mais desafiadores até agora. Liz passou por muita coisa em Um erroe Banks teve que caminhar na linha tênue entre a vulnerabilidade emocional e o desapego. A personagem eventualmente desmorona quando uma coisa leva à outra e a pressão da situação aumenta, mas a atriz consegue nos fazer sentir mal por Liz e, ao mesmo tempo, quer que ela faça as pazes.
É um papel cheio de nuances que Banks acerta perfeitamente, capturando a experiência de Liz de uma forma que nos faz sentir tudo o que ela está passando. Como o próprio filme, as emoções de Liz são um acúmulo lento que irrompe como um vulcão antes que as cinzas se assentem. O elenco de apoio – McBurney é especialmente bom como uma espécie de antagonista do filme, que fica entre Liz e ela – também é excelente, ajudando a construir o mundo de Liz. Um erro é uma estrada sinuosa e pedregosa que acentua o distanciamento muitas vezes vazio que está ligado à prática médica, mas que mantém a sua humanidade e a sua importância por toda parte.
Um erro estreou no Tribeca Film Festival de 2024.
No meio de um novo esquema para divulgar publicamente o desempenho dos cirurgiões, a vida de uma cirurgiã talentosa é desordenada quando seus colegas começam a cerrar fileiras, e até mesmo sua parceira, que é enfermeira no hospital, lhe vira as costas.
- Christine Jeffs retrata com maestria as nuances que a história do filme exige
- Elizabeth Banks oferece uma atuação cativante que acrescenta profundidade a Liz
- O filme aborda um assunto pesado com graça
- Um erro é convincente do início ao fim
- O tom do filme é muitas vezes sério, sem intermediários