Resumo
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Drift não consegue explorar toda a amplitude da situação desesperadora de Jacqueline como refugiada liberiana na Grécia.
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O filme carece de insights sobre a personagem de Jacqueline e não consegue desenvolver totalmente seu enredo.
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A dinâmica entre Jacqueline e Callie é um ponto forte do filme, mostrando a atuação poderosa de Cynthia Erivo.
Jacqueline (Cynthia Erivo) vagueia sozinha pelas praias da Grécia todos os dias no apartamento de Anthony Chen. Deriva. Seus olhos estão distantes e há uma dor profunda neles, mas Jacqueline passa o dia na esperança de pelo menos conseguir comprar um pouco de comida e água para sustentá-la nos próximos dias. Há um imediatismo em suas ações silenciosas, mas também uma sensação de desesperança, enquanto ela se esquiva de policiais curiosos que pedem o passaporte de um conhecido.
Drift é um drama de 2023 do diretor Anthony Chen que estreou no Festival de Cinema de Sundance. Jacqueline, uma refugiada liberiana, foge do seu país natal para uma remota ilha grega, na esperança de uma vida melhor. A transição, por mais desafiadora que seja, é suavizada por uma amizade crescente com um guia turístico americano.
- Cynthia Erivo dá uma visão emocional de sua personagem
- Erivo e Alia Shawkat elevam o roteiro
- A deriva não é atraente
- Existem grandes lacunas na narrativa
- Há uma falta geral de profundidade
- A história serpenteia e não é envolvente
O enredo angustiante de Drift fica aquém
É nesta situação desesperadora que entramos no mundo de Jacqueline. E enquanto Derivaescrito por Susanne Farrell e Alexander Maksik (autor do romance em que se baseia), apresenta uma atuação adorável e em camadas de Erivo, e tem momentos de ternura obscurecidos pela angústia de Jacqueline, a narrativa acalma, não conseguindo explorar toda a amplitude de a situação além da superfície. Às vezes é tranquilo e contemplativo observar Jacqueline se mover de um lugar para outro, mantendo a cabeça baixa dia após dia sem qualquer ajuda, invisível, mas não.
Deriva não atinge o seu potencial porque é demasiado subdesenvolvido e vazio. Jacqueline poderia ter sido uma entre uma multidão de pessoas deslocadas. Além de vários flashbacks angustiantes - aqueles que nos dão uma breve visão geral do motivo pelo qual ela fugiu da Libéria depois de visitar sua família - o filme não nos dá muitos insights sobre quem é Jacqueline como pessoa ou os detalhes de sua situação.
Chen não é o primeiro a explorar o sentimento titular de estar à deriva em um país que não é seu lar, nem em um país que é particularmente gentil com os refugiados. O filme em movimento Fugir, Limboe Os nadadores estão entre vários que fizeram melhor. Há especificidade nesses filmes, mas falta principalmente Deriva. O filme começa a florescer quando Jacqueline conhece Callie (Alia Shawkat), mas ainda há um muro que se recusa a cair.
Há potencial aqui, mas o recurso não vai mais fundo do que o necessário, deixando-nos à deriva junto com Jacqueline, sem nada em que nos agarrarmos para nos manter à tona.
Talvez seja porque Jacqueline tem muito pouco diálogo e Erivo deve transmitir a variedade de emoções abaixo da superfície apenas com suas expressões faciais e linguagem corporal. Isso não é necessariamente uma coisa ruim, mas reflete Deriva tendência de manter tudo para dentro, embora teria se beneficiado se Jacqueline interagisse mais com outras pessoas. Caso contrário, simplesmente parece sem rumo.
Cynthia Erivo aproveita ao máximo seu retrato
Para tanto, Erivo precisa descobrir a profundidade emocional de sua personagem quando o diálogo e a narrativa falham, Jacqueline. E a atriz faz isso muito bem, nos oferecendo um vislumbre de como Jacqueline está lidando com a situação quando algo tão horrível aconteceu com sua família. O passado a acompanha enquanto ela caminha pelas ruas da Grécia, e seus olhos estão distantes, seu corpo dobrado para dentro. Ela não teve tempo de se curar, mas conhecer Callie a ajudou a começar a fazer isso.
A sua dinâmica é, em última análise, uma força de Deriva. O filme só ganha vida então, como se Jacqueline estivesse em busca de conforto e empatia, e soubesse que Callie poderia proporcionar algum alívio que antes lhe havia sido negado. Interagir com Callie resulta em uma manifestação completa de sentimentos, e a represa emocional foi quebrada, avançando com uma ferocidade que antes era contida.
É também nesses momentos que Erivo consegue mostrar plenamente a intensidade das emoções de Jacqueline, e Shawkat, embora em uma capacidade mais limitada, capta muito bem o apoio de Callie e permite que Jacqueline simplesmente seja, ao mesmo tempo em que percebe que não há muito que ela possa fazer fisicamente. ela, mas deixe-a sentir. Suas performances aliviam Deriva história vazia, e Erivo especialmente faz muito dentro das limitações do filme. Mas o recurso não vai mais fundo do que o necessário, deixando-nos à deriva junto com Jacqueline, sem nada em que nos agarrarmos para nos manter à tona.